O solzinho deu o ar da sem gracice; veio pálido, em estado de susto, em estado de quase-sombra. Ouvia-se o zum-zum-zum de reza ao passar pelas ruazinhas, em frente às casas.
A tal mulher - a arrebatadora,
inescrupulosa,
maldita,
endemoniada,
bebia branquinhas no bar do Luizão, muito escancarada em se tratando de pernas, por assim dizer.
A freguesia toda bebia água pelo ladrão, em decorrência da quentura que a tal causava da cabeça pra baixo. Apesar da reza em todas as casas, das novenas, das correntes, dos pedidos, das promessas. Apesar de.
E a Nice, minhanossa a Nice, chegou esbaforida no bar, cheirando a conhaques e pinguinhas. E os cabelos desvairados e enlouquecidos de cama, de solidão, de nãoseioquefaço, meudeusdocéu me ajude. E o bar silenciou ao cheirar Nice. Ao olhar Nice. Ao compreendê-la. E esta não agüentou o silêncio e se acabou em soluços e pranto, e foi se aprochegando do motivo de seu tormento. Olhou-a muito comprido e triste, por um tempo até hoje indeterminado. Além de muito perto, a única coisa que fez foi afagar os maltratados cabelos malditos por exatamente seis segundos. Tiãozinho, o dos treze de idade, fazia festinha em si mesmo, muito silenciosamente, e vertia água. E vertia líquidos. E ardia febres.
Capítulo quarto.
Postado por A Libélula
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14 comentários:
Às vezes dá vontade de mudar, né? Aí a gente não pode mudar nada, então inventa de botar a cama mais pra lá e a TV mais pra cá. Ou vai ao cabelereiro e comete pecados irremediáveis. Ou então compra uma roupinha nova ou diz para a pessoa amada que quer dar um tempo sem saber que tempo não se dá, nem se empresta, apenas se perde. Ou senão, quando dá essa vontade súbita de mudar, a gente muda o blog. Que bom que inventaram o blog! Boa sorte no novo espaço. Vou continuar por aqui, fã recíproca.
E a tal mulher arrebatadora anda mexendo com outras gentes, a maldita ...menina dançarina da vida levanta acampamento, troca de palco e muda de rumo. Mambembe que sou, aqui estou.
Pergunta nada literária:
Como é que faz pra colocar os links aqui do lado?
E um frescor vespertino invade a sala em alvoroço enquanto olhos há muito fechados aos poucos vão se perdendo em meio a letras amadurecidas. E as letras vão calando os sons e nem mesmo o telefone ousa tocar para não dispersar o movimento dos olhos, o aparvalhamento do cérebro e a alegria da alma.
Olha, pra seguir prosas e poesia pego pistas em fios de "Lãs" em outros queridos seres que poetizam... Curiosa que sou, ancoro das minhas navegações por aqui, pra refrescar-me em líquida, púrpura, viva arte poesia... Belo, belíssimo!
Mas quem é você?
Mas quem é você?
Mas quem é você?
Olá,
Finalmente consegui comentar aqui.
Acho q a personagem cheira a desespero!
bjux
Saudade, nêga!
E que preguiça é essa de escrever??
Havia de um tudo-de-bom naqueles pés que andaram ventos. A púrpura daquela luz traz a vida mesmo derretendo os vulcanos "verbis", sussurando geléias de morango depois da desenfreada gula e isto é que é mesmo o (in)certo de todo líquido. Ele cabe em toda fresta, vai assim e desembesta ... Só folia!
Aleluia que hoje é sábado pré-páscoa. Mas a páscoa poderia até ser cancelada!
Cadê a moça que estava aqui?
Beijo! E saudade!
Mas então VOLTA!!!!!!!!
Coisa feia abandonar casa nova.
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