Tirando o pó

Tudo o que sair desta mente-alma-dedos-coração não será revisado, uma vez que estou com uma trava deste tamanho e desta espessura dentro de mim.
Que eu pensei saber mais de mim do que realmente sei. Ou: quanto mais me garimpo, mais me descubro bruta, lava de vulcão incandescente vermelho-febre, retalho colorido, fragmento de um todo que tenciona ser cada vez mais todo, e mais vivo e mais denso e leve e profundo. E claro. Azul céu.
Que sou um esparramado de lilases,
que sou mudança-todo-dia,
que sou recém-nascida em se tratando de amor,
mas quero amar e amar e amar. E que não se pede amor. Amor se dá.
Mas contrario o Universo e peço. 'Eu faço, desfaço e refaço', como Louise Bourgeois.
Ei você, eu quero amor.
Eu quero ser completamente sua, porque já sou completamente minha há algum tempo, eu descobri, eu descobri.
E um viva à minha descoberta, às descobertas todas que me fazem entender que sou tão segura nalgum lugar e tão ave-indefesa e desoprotegida noutro, nalgum canto aqui do lado de dentro, eu te juro, morro de medo de que me ache feia e paranóica.
Mas entenda meu bem, eu sou atriz e serei para sempre assim, um pouco psicótica e nada centrada, apesar da minha aparente serenidade e maturidade.
Só não me escondo atrás de nada e sendo assim, eu só machuco a mim, a mim, e a mim.
Preciso ver Denise Stoklos para sempre na minha vida.
Para sempre. Ever and ever and ever.
Porque finalmente eu encontrei uma artista que fala comigo. Bem comigo, aqui, dentro, reverbera, bera, bera.
E aquela mulher, putaquepariu, putaquepariu, putaquepariu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Preciso fumar cigarros.