Desconexões (?)

Pronto.
Agora já posso sair dançando por estas ruas, com a alma leve, apesar de carregada de flores e de amor pelas coisas todas, e pelas pessoas. Todas.
(Eu havia escrito um texto enorme e lindo e ele falava sobre paixões, mas eu o perdi).
Que ontem, no frio altíssimo, eu era febres,
e lírios,
e eu era marés.
E agora sou novamente púrpura, não sei se me entende.
Caio Fernando Abreu e Júpiter e Saturno e o dia em que eles se encontraram, mas não se encontraram.
É um pouco isso, você não acha?
(aviso: este post está totalmente confuso, totalmente inusitado e totalmente recortado)
Continuando.
Eu reli Morangos Mofados e ele nunca me foi tão claro, tão luva e dedos.
Eu ando sem capacidade para produzir textos belíssimos, mesmo arrebatada como estive há pouco.
A paixão se dissipa de manso, começa a acenar um bonito 'Au revoir'.
Ontem havia um pássaro morto na calçada, e eu senti um pouco, mas só um pouco. Eu normalmente ficaria tristíssima.
Se eu saísse do mundo hoje, eu sairia feliz. Em paz. Em estado de absoluta depuração.
E daqui a duas semanas, exatamente duas semanas, eu completo 27.
Podem me encher de presentinhos e mimos e ligações a toda e qualquer hora do dia e da noite e da madrugada, que eu quero. Eu preciso. Eu adoro.
E ando precisando de dengos também.
Porque eu não sou auto-suficiente porra nenhuma (adoro falar porra nenhuma) e eu estou pensando em colocar avisozinhos em neon por todo o meu corpo dizendo: 'eu não mordo. eu tenho esse jeito todo-todo, tenho essa aura imperial, tenho estes olhos perigosos e esses trejeitos tão sexys, mas no fundo eu sou ainda menina, e ainda sou manhas.
No fundo, só tenho medo de parecer indefesa demais. É só isso. Simples assim.
Sou mar revolto,
e dizem, ela me disse ontem que eu sou a efervescência de cores de Salvador.
Axé.
E estou lendo as Cartas de Violet, Gisa.
Elas são chapuletantes. Um dia eu li um trecho de uma delas para uma menina de Natal, e ela deve ter achado tão bonito que chorou.
Ou foi um sonho meu.
Ou tudo isso é um sonho, e daqui a dez minutos o despertador vai tocar e vou fazer todo o meu charme para me levantar da cama, e vou me levantar daquele jeito que você sabe bem, e então vou pro banho, me encher de águas.
E agora vou encerrar esse amontoado de frases perdidas, que quero ir até ali, tomar um ar.
'Amanhã, acabo de decidir, amanhã sem falta eu começo a fumar'. *

* de Caio Fernando Abreu. Sargento Garcia.