Sensações

Que os sustos não me apavoram. Eles me interessam.
Que por falar em sustos, eu sinto que assusto. Que há sustos. E eu não entendi porquê, se ora, eu sou tão, hum, melíflua. Hum-rum.
Das músicas. Que elas têm poder de vida e morte e renascimento. E de despertar. E dispersar. Para o de dentro. Para dentro. Pára. Dentro. E fica. E agrega. Aglutina. Pega.
Que adoro chorar de rir.
Que me apaixono por gentes e corpos e peitos e poses e apelos, como diz aquela canção antiga do Leone.
Que estou viva.
Que verto aromas e líqüidos e sonhos. E desejos. E vida. E cores. E.
Que sinto saudades de quem nunca vi. Da Nádia. Da Gisa.
Que eu sei que sim, nos veremos um dia. E que será bonito. Bastante.
Que tenho duas coisas importantes a serem resolvidas.
Que uma delas vai doer.
Que ali debaixo da jaboticabeira, eu sentei e chorei.
Que estou farta destes meus textinhos de quês.
Que sou farta.
Que estou fumando horrores. E que isto tem uma boa explicação.
E que eu até pensei em colocar aqui a letra de uma canção. Mas foi só um impulso.
Passou, passou.

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Tempos de sensações.
E de êxtases. E etecétera.