" ... pero sin perder la ternura" (???)

da violência que assistimos todos os dias
no ônibus,
na sala de aula opressora,
nos noticiários sanguinários,
na instituição tirana que coíbe ações em função de papéizinhos burocráticos,
nos burocratas,
no riso descontrolado de uma platéia mal educada,
no colega de trabalho delatando um deslize
no risinho irônico de outrem depreciando nosso sentir
na ligação não retornada
no e mail não respondido
na fala do porteiro, que se utiliza de seu pequeno poder para desdenhar quem bem entende,

de todas essas pequenas crueldades que nos enfurecem e com as quais, inacreditalvelmente, compartilhamos, pensando de forma simplória "deixa pra lá, não há nada que eu possa fazer".
de como estamos cada vez mais violentos e enrijecidos.
de como somos passivos diante do show de horror e como muitas vezes participamos dele e somos hipócritas ao apontar os assassinos em evidência, aos urros.
de como linchamos todo mundo que não age de acordo, dentro dos conformes.

[e não há aqui qualquer defesa a qualquer ato recente - apenas reflexões]

e principalmente, e era disso que eu queria falar, mas me perdi em meio às minhas violências:
de como a ternura se perdeu dentro da nossa dureza, contrariando Che, dessa vez, o Guevara.

8 comentários:

Anônimo disse...

Reflexões...
Ultimamente nem estou praticando muito isso.


http://pulchro.blogspot.com/

Irina disse...

falar de violência depois de tudo que me aconteceu essa semana... acho que não consigo, estou em choque.
"de como estamos cada vez mais violentos e enrijecidos."
é, lã. só é.

Vanessa disse...

é, manter a ternura diante do caos é algo incrivelmente difícil..como acreditar num mundo inacreditavelmente duro, hostil e individual? em quem? por que?perguntas que nos fazem querer abrir um buraco no chão e enfiar a cabeça...
Decepção e descrença são palavras perseguidoras...

Tom Coyot disse...

"depois de ler, ficou em silêncio"
antes de sair de casa

Tom Coyot disse...

descobri meu silêncio

é absurdo demais.

sábado achegar no trabalho

LC disse...

Cada dia mais agradável essa leitura mesmo com tanda distancia ou será exatamente por ela?

Unknown disse...

podemos, sim encontrar ternura suficiente para dissolver nossa rigidez. seja num simples gesto ou nas palavras do "canto dela". bjos reflexivos

LC disse...

nossa como ficou lindo seu blog amei

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