Haveria então borboletas bonitas, de uma beleza altíssima.
Haveria um sol-rei e soberano e robusto.
E um céu de um azul inacreditável pela manhã.
E haveria o cheiro do mato, que eu sou louca por cheiros de matos.
E haveria um bater de asas levíssimo.
E uma música de abrandamento. E um calor.
Águas, haveria águas.
E um colorido, o mais entorpecente, de causar quenturas e vertigens.
E um vento amornado,
e uma dança de flores.
E haveria uma ciranda de pássaros.
E uma festa de beija-flores,
um enamoramento das flores e destes bicudinhos.
E uma dama-da-noite, que o cheiro é inesquecível.
E haveria uma noite.
E uma lua gordíssima, cheia de sonhos.
E sim, antes da noite, um amorenamento da tarde, um céu quase escarlate. Que os fins de tarde são tão cinematográficos e são tão românticos e tão interioranos e ararenses e tudo o mais.
Haveria tudo isso se eu tivesse agora, agorinha, uma varinha de condão.
Ou se o gênio da lâmpada estivesse na minha frente, me jogando charminhos.
E haveria mais.
Sim.
Haveria. Haveria. Haveria.
Repete o refrão até a palavra perder o sentido.
Eu já descobri há tempos, que, veja bem, eu sou casada com vontades. Que estou afogada nelas, e elas em mim, e tudo agora, neste exato agorinha, é um rio, é um junto, é um absoluto.
Delírios
Postado por A Libélula
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Abraços e beijos.
Que coisa mais bonita!
Postar um comentário