E então que aqui estou eu, tentando retomar coisas.
Estou num momento terrível pra escrever ou falar de mim. Eu já disse que odeio a TPM?
Tem gente que nem acredita em TPM, eu sei, mas há tantas coisas que as pessoas não acreditam e que fazem um sentido tão absoluto pra mim.
Eu, por exemplo, acredito em bicho,
acredito em cor,
acredito em música,
em livro de ficção que encanta,
no canto da sereia,
no rabo azul da noite que leva a gente pro mundo,
na jaboticabeira do quintal da minha avó,
no azul dos olhos do meu pai,
no teatro.

A vida é cheia de cantinhos inexplorados, sabe como é?
Eu sinto um monte de cantinhos cantando baixinho pra mim a cada vez que saio pelas ruas na manhã.
Não sei exatamente porque voltei a escrever. Cansei de ouvir as pessoas me pedindo, mas nem é por isso.
Cansei de fazer tentativas bonitinhas, agora vai sair assim, bem desaprumado.
As portas começam a se abrir pra mim, eu nem sei até agora descrever o que sinto quando me dou conta. Na verdade, só vou acreditar mesmo no dia da estréia, quando eu mal conseguir enxergar a platéia por conta da luz.
Eu acredito na poesia também. Aliás, é no que mais piamente acredito.
Acredito no amor, apesar das minhas inúmeras tentativas nem sempre acertivas, mas eu sigo acreditando, sigo achando que sim, que vai dar pé hora ou outra, mas por hora, eu ainda me recomponho, sigo assim, sabendo que fiz bem, que fiz o melhor, mas doendo um pouco a cada lembrança que me vem, então fujo delas todas e me tranco no meu infinito.
Até passar.